São Paulo, 9 de Junho de 2006 - Cada vez mais as seguradoras buscam inovar nos serviços do seguro de automóvel para manter seus clientes e atrair novos consumidores para o setor, que movimentou em 2005 vendas de R$ 12 bilhões. Desse valor, 70% foram devolvidos aos consumidores em pagamento de indenizações. Trata-se do seguro mais vendido no Brasil e também do único demandado pelo cliente. Com a cultura de compra bem difundida, a campanha das seguradoras é focada em serviços e atendimento.
Entre as mais recentes novidades está o pagamento da indenização em cinco dias úteis após a entrega de toda a documentação. Tanto a Unibanco-AIG como a Mapfre garantem que, se a companhia demorar mais do que isso, o preço pago pelo seguro será devolvido.
A Bradesco Auto Re, a maior do setor, priorizou o atendimento a mulheres. Criou uma central de atendimento exclusiva para atender ao público feminino e de 8 de março até 30 de abril vendeu 41 mil contratos. Com isso, a participação das mulheres na carteira de seguros de automóveis da empresa registrou um incremento de 4%, atingindo 39% do total de clientes pessoa física. O objetivo é fazer com que o público feminino atinja 50% da carteira até o final de 2006.
A Itaú Seguros oferece um orçamento gratuito para que o segurado confirme o que foi feito pela oficina mecânica, mesmo sem a ocorrência de acidente. A Porto Seguro foi a primeira a ofertar o seguro de assistência 24 horas para residência gratuitamente aos seguros de automóvel. A SulAmérica criou um atendimento exclusivo para receber o carro do cliente que será reparado em oficina. A BB Seguros/Brasilveículos oferece ao segurado a possibilidade de parcelar o prêmio do seguro em até seis vezes, sem juros, na contratação, contra quatro parcelas das suas concorrentes.
A briga em tornar os serviços cada vez mais atraentes tem como objetivo compensar o preço, sempre maior a cada ano, mesmo considerando-se o bônus pela não utilização do seguro e também o desconto na renovação. “Em razão do preço elevado, os consumidores acabam querendo economizar. Mas reduzir o preço no seguro de carro pode se transformar em sinônimo de cortar coberturas, caso essa redução não seja feita com atenção. Nossa sugestão é: quanto melhor for o seguro, melhor será a proteção do cliente”, afirma Eliana Oliveira Rosado, gerente de atendimento da Coutinho Amaral Corretora de Seguros, localizada em São Paulo.
Leôncio de Arruda, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), ressalta o preenchimento do questionário que antecede a compra do seguro. “O preenchimento correto pode reduzir em 50% o preço do seguro, mas se não estiver correto, o segurado pode perder o direito a receber a indenização”, alerta.
A franquia também merece muita atenção. “Às vezes, o seguro em uma companhia custa 30% menos do que em outra, mas a franquia pode ser até 100% maior, o que acaba tornando o produto bem mais caro”, diz Arruda. O desconto de fidelização pode trazer economia sem a perda de benefícios. Há seguradoras que oferecem 5% e outras até 30%.
Outro ponto de economia e que não compromete o produto é o serviço de carro extra. Em caso de roubo ou de conserto do veículo, muitas seguradoras oferecem gratuitamente um carro alugado para o segurado. “Muitas vezes o cliente pede para contratar um carro extra, mas essa cobertura chega a custar até R$ 200 por ano. É mais econômico usar uma oficina referenciada e ter o carro extra sem ter de desembolsar muito mais por isso”, orienta a corretora Eliana.
Geralmente o cliente que compra um produto pronto, vendido via mala direta ou nas agências bancárias, tem coberturas padronizadas. Se quiser coberturas acessórias, como quebra de vidros, por exemplo, terá de pedir. “A cobertura de vidros vale a pena, pois custa cerca de R$ 45, menos que um terço do preço de apenas um vidro de um carro nacional”, afirma a corretora.
Segundo Eliana, duas coberturas são essenciais ao seguro de carro: danos materiais, corporais, acidente pessoais aos passageiros, complementar ao seguro obrigatório DPVAT, e também danos morais. “Por menos de R$ 100 é possível ter cobertura de R$ 50 mil para danos materiais e corporais e se livrar de um grande problema caso o segurado seja o culpado em um acidente”, completa a corretora.
Fonte: Gazeta Mercantil, Caderno C - Pg. 7, por Denise Bueno