Galeria Almeida & Dale inaugurou na quinta-feira, 18/06, em São Paulo.
Quando era prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek promoveu, em 1944, uma Mostra de Arte Moderna na cidade que se tornaria uma espécie de réquiem do modernismo, inaugurado 22 anos antes em São Paulo. Organizada por Guignard, reuniu desde os grandes nomes do movimento, como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Flavio de Carvalho, até os jovens talentos da época, como Iberê Camargo e Candido Portinari. Este último levou duas obras, uma delas intitulada “O galo”, pintura que retrata uma ave com o pescoço retorcido e a face deformada. Com a falta de entusiasmo pelos trabalhos dos veteranos, a imagem causou controvérsia em âmbito nacional e foi a maior repercussão sobre o evento. O trabalho, hoje em uma coleção particular, está entre as 35 telas reunidas na exposição “Portinari e a poética da modernidade brasileira”, que a"Esta obra, como as outras, tem circulado muito pouco — explica Denise Mattar, curadora da exposição. — Por pertencerem a coleções particulares, é raro vê-las reunidas."
A exposição traz obras de coleções oriundas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza e de instituições como a Fundação Roberto Marinho. O recorte proposto por Denise para a mostra cobre o período de 1931, quando ocorre o Salão Revolucionário (38º Salão de Belas-Artes) organizado no Rio pelo arquiteto Lúcio Costa, a 1944, ano da Exposição de Arte Moderna na capital mineira. A data inicial corresponde ao momento em que Portinari desembarca no Brasil depois de um período de estudos na Europa. Ele contribui com Costa na organização do salão, além de enviar 17 obras, entre as quais “O violinista” (1931), que chamou a atenção de Mario de Andrade e ajudou a impulsionar sua carreira como artista.
Da coleção da Fundação Roberto Marinho serão apresentadas “Flora e fauna brasileira” (1934), “Floresta” (1942) e “Brodowsky” (1942). As duas primeiras são naturezas pouco comuns no corpo da obra do artista, que voltou seu olhar para a figura humana; a última é uma pintura simbólica de seu olhar, retratando duas crianças brincando com uma pipa na sua cidade natal, Brodowski (SP).
"Portinari pintava o ser humano, poucos trabalhos dele são voltados para a natureza ou a natureza morta — explica a curadora. — Por isso, a importância dessas obras, até como referência estética."
SECA EM CORES QUENTES
De acordo com Denise, a exposição está dividida em três grandes núcleos: pinturas dos anos 1930, com temática social e com personagens femininas. Do primeiro, a exposição traz ainda “O flautista” (1934) e “Domingo no morro” (1935), pinturas que indicam sua opção por retratar o povo brasileiro. Do segundo, reúne “Jangada e carcaça”, “Bois e espantalho” e “Enterro”, todas de 1940, que evidenciam em cores quentes o drama da seca. Do terceiro núcleo, fazem parte as telas “Amigas” (1938), “Mulher e criança” (1940) e “As Moças de Arcozelo” (1940). Esta última ilustrou a capa do catálogo da exposição “Portinari of Brazil”, realizada no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em 1940.
Almeida & Dale Galeria de Arte
De 19/06/2015 até 15/08/2015
Endereço: R. Caconde, 152 - Jardim Paulista, São Paulo - SP, 01425-011
Telefone: (11) 3887-7130
Horários: Segunda a Sexta: 10h às 18h - Sábado: 10h às 14h
Fique Seguro: Passeie bastante, viva intensamente, mas faça seguro de vida em www.vidamaissegura.com.br