Quando fui convidada pela antiga diretora de recursos humanos a ingressar na Icatu Seguros, ela me perguntou: "Do que você acha que se trata o nosso negócio, Aura?" Eu disse sem pestanejar: "Tratase de dinheiro". Ela, pessoa singular, me respondeu que o segmento era "muito mais apaixonante do que apenas dinheiro". E que eu, como a maioria dos brasileiros, estava equivocada.
A questão central era sobre proteger a si próprio e a quem se ama. E ok, o dinheiro serviria, inclusive, para celebrar essas conquistas.
Bem, ao longo de 11 anos, tenho visto que ela estava certa. Contratar um seguro de vida não costuma fazer parte do plano financeiro dos brasileiros, muito menos dos sonhos de consumo. O tema permanece em um terreno ainda desconhecido para a maioria das pessoas. A penetração do produto é inferior a 10% da população.
Ao analisarmos a participação no PIB, o ramo de seguros de vida representa só 0,5%. Desse percentual, 0,3% é referente ao prestamista, aquele seguro associado à quitação de dívidas em caso de morte. Do 0,2% restantes, 0,1% são os seguros compulsórios, oferecidos pelas empresas aos funcionários. Portanto, os seguros de vida contratados voluntariamente representam nada mais que 0,1% do PIB brasileiro. Alguma coisa está fora de ordem, pois esse índice chega a ser mais de dez vezes maior em outros países.
O mais estranho é que se lermos a capa do jornal de hoje, várias das notícias passam direta ou indiretamente por seguros.
De uma fusão de empresas, a um acidente aéreo, julgamento de um crime passional. Da sucessão de um executivo, à reforma da Previdência. Um sem número de assuntos contam com a proteção de uma apólice de seguro.
Uma situação real: uma empresa próspera, com três sócios, que contrataram um seguro visando sua sucessão. Um deles morre. O seguro indeniza a família do falecido, a viúva e seus filhos podem tocar sua vida. E os dois sócios, seu negócio.
Parece simples. E é. Porém, uma pesquisa da Icatu com 420 funcionários de empresas mostrou que, entre os que eram responsáveis pelo sustento de alguém, 70% disseram nunca terem pensado em como proteger seus dependentes.
Mas o que será que ainda afasta as pessoas de "encarar" o seguro de vida? São várias as explicações. A primeira delas é a barreira cultural; é difícil para a maioria das pessoas lidar com a possibilidade (inexorável) da própria morte ou da perda de um ente querido. Lembro-me até hoje da reação desesperada de minha mãe, quando meu pai apontava para a "pasta amarela no alto da estante", onde estavam as apólices de seguros e informações sobre o patrimônio da família, "caso algum infortúnio ocorresse com ele".
Esse estado de negação, estudado por especialistas de finanças comportamentais, é bastante comum. Afinal, "dá azar falar dessas coisas". E como crescemos ouvindo que "o futuro a Deus pertence", ainda somos procrastinadores natos, mesmo para encarar o inevitável. Prova cabal disso é que mais da metade das pessoas deixa para entregar sua declaração de Imposto de Renda no final do prazo.
Outro aspecto diz respeito a abrir mão de satisfações imediatas por uma recompensa futura. Pagar adiantado por algo que você vai usar quando se acidentar, ficar doente ou morrer, não parece intuitivo.
Adicione-se a isso, uma percepção errada sobre o preço do seguro: segundo outra pesquisa da empresa, com 300 "não clientes", os consumidores atribuem um preço muito mais alto do que o real por sua proteção. Em resumo, quase 70% responderam um valor mensal entre 50% a 150% mais caro. Esse viés de preço alto também contribui para a baixa sensibilização e procura espontânea pelo produto.
Mais recentemente, inflação, redução do poder de consumo e mudanças nas regras de aposentadoria, que podem impactar os benefícios concedidos em caso de morte, elevam as incertezas em relação ao futuro. Por isso, as palavras de ordem são "planejar e proteger".
Nesse contexto, é imprescindível entender o seguro de vida como um dos mais importantes instrumentos de planejamento financeiro, pois seu objetivo é dar suporte financeiro a uma pessoa, família ou negócio, em caso de morte ou incapacidade temporária de um provedor importante.
Até para quem acumulou um bom patrimônio, em caso de morte, a indenização do seguro de vida será crucial para os herdeiros, pois um processo de inventário pode ser muito demorado e custoso. (*)
Além disso, o próprio segurado pode contar com coberturas para doenças graves ou invalidez, garantindo uma indenização em função do diagnóstico. Mais do que tudo, se interessar, pesquisar e escolher um bom seguro de vida é um ato de amor próprio e ao próximo.
Aquela diretora de RH tinha razão. O meu pai também. E ainda bem que herdei o bom hábito de organizar apólices e dados patrimoniais. Só que em uma pastinha amarela virtual.
Aura Rebelo é diretora de marketing e canais da Icatu Seguros, com MBA em Administração de Varejo pelo CoppeadUFRJ e especialização em eBusiness na Universidade de San Diego.
(*) - A indenização do seguro de vida não entra em inventário, sua liquidez é imediata.
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