A General Motors pode estar prestes a enfrentar sua pior crise, considerando até mesmo a concordata durante a turbulência financeira de 2008-09, quando foi salva da quase-extinção com o dinheiro da Casa Branca, do contribuinte canadense e dos fundos de pensão.
O problema é o adiamento do recall de cilindros de ignição de carros fabricados entre 2003 e 2007 na América do Norte. Parecia algo bobo, mas a soma de veículos envolvidos pode passar de 1,7 milhão de unidades. Pior: uma empresa ligada a seguradoras do Texas afirma que a falha pode ter causado 303 mortes.
Segundo a Friedman Research Corporation, que presta serviços a diferentes seguradoras automotivas e está sediada em Austin (capital texana), uma nova análise dos dados americanos sobre acidentes mostra que mais de 300 mortes em acidentes nos últimos anos pode ter relação direta com a falha do cilindro de ignição. A informação foi publicada pelo jornal "The New York Times" desta quinta-feira (13).
O defeito parece risível em um primeiro momento: o miolo do cilindro da ignição de alguns carros se desgasta com o tempo e pode não aguentar o peso do chaveiro (e de outros penduricalhos usados pelo motorista) junto à chave do carro. A chave carregada pode rodar dentro do cilindro para a posição de desligar, mesmo com o carro em movimento. Com o carro desligado, as rodas podem travar e pedal de freio, câmbio e mesmo airbags e freios com ABS (antitravamento) deixam de funcionar - qualquer um desses fatores pode causar acidentes graves.
A falha envolve os modelos Chevrolet Cobalt (o americano, sem qualquer relação como brasileiro), Pontiac G5, Pontiac Pursuit fabricados entre 2005 e 2007 e vendidos no Canadá; Saturn Ion 2003 a 2007, Chevrolet HHR e Pontiac Solstice 2006 a 2007 e Saturn Sky 2007, estes últimos vendidos nos Estados Unidos.
FALTA DE SENSIBILIDADE
Segundo boa parte da mídia americana, o pecado da GM foi ter se mantido calada, mesmo sabendo do defeito desde 2001, segundo arquivo da NHTSA (a agência governamental responsável pelo tráfego e segurança viária) divulgado na quarta-feira. O recall só foi convocado em 13 fevereiro deste ano, após jornais como o próprio "NYT" e o "Detroit News" relatarem a existência de algo entre 12 e 30 casos fatais relacionados à falha.
Há época, não houve pronunciamento da nova chefona da GM global, Mary Barra, que prega uma administração sensível aos desejos do comprador. O comunicado da montadora foi assinado por Alan Batey, presidente para a América do Norte, e afirmava que a GM estava "profundamente arrependida" e disposta a "garantir que a segurança dos consumidores é a prioridade número um".
A nova acusação das seguradoras texanas pode mostrar, porém, que a GM pode não ser tão sensível assim ao problemas de seu consumidor, afirma a "Automotive News", importante agência do setor nos EUA.
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