Como os drones podem ajudar o mercado de seguros

Fonte: www.revistaapolice.com.br, em 26/09/2016

Drones não são feitos apenas para serem usados como hobby nas horas de lazer, nem apenas por aprendizes de piloto. A indústria do seguro pode, em breve, utilizar aeronaves não tripuladas para reduzir fraudes, avaliar riscos e coletar valiosos dados para mitigar perdas. Não é história saída de um filme de ficção científica. Um broker de resseguro já estabeleceu um serviço de aluguel de drones para seus clientes de companhias de seguros.

Há uma boa razão pelo interesse da indústria em aeronaves não tripuladas. Uma análise realizada pela PwC, estima que os drones podem ajudar a salvar cerca de US$ 6.8 bilhões por ano eliminando custos. Aqui estão três maneiras que mostram como os drones podem ajudar seguradores a cortar custos e reduzir perdas.

Encontrando a fraude

Fraudes custam às companhias de seguros de property e casualty aproximadamente US$ 32 bilhões por ano. Isso significa que a cada dólar pago para a indústria, US$ 0,10 são usados para sanar perdas e ajustes de perdas. A PwC espera que os drones possam permitir aos executivos terem melhores diretrizes com clientes e reduzir os pagamentos de sinistros fraudulentos.

Um dos maiores riscos para as companhias de seguro é que muitos segurados buscam situações convenientes para reclamar sinistros que já existiam antes, mas que caberiam na narrativa de sinistro do evento.

Por exemplo, o proprietário de uma casa pode aproveitar uma tempestade recente como motivo para requerer um dano pré-existente à cobertura de alumínio da sua residência, como se o dano tivesse sido causado por essa tempestade. Usando um drone para captar imagens da propriedade segurada antes do desastre natural, as companhias de seguros podem se proteger de pagar essa indenização fraudulenta.

Risco de Monitoramento

É difícil de medir um risco que está sempre mudando. Estradas sinuosas são inerentemente menos seguras do que estradas retas, e particularmente mais arriscadas se estão cobertas de gelo. De maneira similar, as propriedades estão sob uma maior ameaça de inundação quando as águas próximas têm um relevo elevado.

A PwC sugere que drones poderiam ser usados para coleta instantânea de dados e monitoramento de risco. A seguradora inglesa Aviva usou drones em janeiro de 2016 para avaliar danos de enchentes e direcionar seus empregados para o atendimento dos sinistros. Mas a consultoria vê um cenário no qual drones são empregados para prevenir essas perdas mais do que medir os danos que já aconteceram.

O relatório afirma ainda que os drones poderiam ser usados para identificar imediatamente riscos de desastres naturais conforme eles acontecem. Isso iria desde uma erupção vulcânica até tempestades e furacões. Coletando dados melhores, e encorajando as pessoas a evitarem áreas de risco em particular, seguradores podem ajudar seus clientes a evitar riscos desnecessários.

Preços adaptados

Os drones talvez sejam o próximo passo na personalização de produtos. A PwC acredita que eles podem ser usados para calcular melhores preços de seguro acessando esses riscos que não podem ser acessados com eficiência.

Por exemplo, um segurador pode usar um drone para inspecionar uma propriedade residencial. Com isso, talvez possa decidir não aceitar o seguro se uma garagem estiver sempre aberta, facilitando os riscos de roubo. Ou, ainda, cancelar uma apólice de uma casa com uma piscina não declarada.

Um drone poderia, também, ser usado para confirmar a existência de características que fazem a propriedade representar um risco menor. Janelas resistentes a tempestades, telhados especificamente inclinados, ou estar em um condomínio fechado, seriam bons indícios.

Nós podemos estar muito distantes do uso de drones ser amplamente difundido, já que a regulamentação legal em todo mundo está sendo feita aos poucos. Mas uma coisa é certa: a economia que os drones trarão para a indústria de seguros resultará em custos menores para as pessoas.

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