A negociação para a entrega dos veículos foi feita entre os governos brasileiro e boliviano e a Federação Nacional das Seguradoras (FenSeg), que está arcando com os custos de toda a operação de transporte, ainda que nem todos estejam cobertos por seguros.
Os veículos serão levados até o pátio da delegacia de furtos e roubos de veículos de Campo Grande, onde, depois de periciados, estarão em condições de serem devolvidos aos proprietários.
As negociações para a devolução dos carros começaram em 2011, após o governo boliviano editar uma lei para regularizar, através da internet, os carros com documentação em situação irregular no país. A norma prevê que, feita uma vistoria, caso não seja identificada nenhuma restrição, estes seriam regularizados. Foram cadastrados, então, 123 mil veículos na internet.
As seguradoras brasileiras, através da FenSeg, enviaram ofício ao governo brasileiro solicitando que tentasse impedir esta ação de legalização, visto que a Bolívia é um importante destino dos carros roubados no Brasil, temendo-se um aumento do roubo no país.
A partir do acordo, foi feito o cruzamento de dados das seguradoras brasileiras sobre 2,4 milhões de veículos com registro de roubo/furto, entre janeiro de 2005 e junho de 2011, e os 123 mil cadastrados na Bolívia, constatando-se que, destes, 4500 foram subtraídos no Brasil, entre carros, motos, caminhões, ônibus e até um trator.
Em julho de 2011, o Itamaraty e as seguradoras negociaram com o governo boliviano a forma como se daria o retorno desses veículos ao Brasil.
Foi então montada uma operação para trazê-los em caminhões cegonha, com as seguradoras se responsabilizando pelo transporte de todos os veículos até Campo Grande, onde devem ser devolvidos a seus proprietários. No caso dos veículos segurados, cujas indenizações já tenham sido pagas integralmente aos proprietários, estes serão entregues às seguradoras.