As seguradoras privadas propõem ao governo federal a criação de um seguro anticatástrofe no Brasil. "Não é possível o governo arcar sozinho com a responsabilidade de indenizar flagelados da seca ou gente que teve suas propriedades destruídas pelas enchentes e deslizamentos que tivemos nos últimos tempos", disse o presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), Jorge Hilário Gouvêa Vieira. Segundo ele, o mercado está à disposição do governo "para mitigar esse custo do Tesouro (Nacional), para ajudar na prevenção do risco e também na cobertura".
Dados da CNseg mostram que cerca de mil pessoas morreram em consequência de deslizamentos e enchentes no País em 2011. As perdas materiais somaram R$ 1,6 bilhão e as perdas seguradas, cerca de R$ 90 milhões. A enchente na região serrana do Rio de Janeiro foi a terceira maior catástrofe natural, em número de mortes, registrada em 2011 no mundo, perdendo apenas para o terremoto seguido de tsunami no Japão, em março, com mais de 20 mil mortos, e para as tempestades tropicais nas Filipinas, no final do ano.
De acordo com estudo recente do Lloyd's de Londres, o Brasil enfrenta um déficit de seguro anualizado de US$ 12,68 bilhões. Na avaliação da entidade, isso representa riscos para o País, "incluindo um ônus desnecessário cobrado do Estado e um custo mais alto de recuperação após desastres".
Para a CNseg, um aumento de 1% no alcance dos seguros em um país pode reduzir a responsabilidade do Estado em até 22%. As informações são da Agência Brasil.