A música clássica estimula e protege o cérebro

Fonte: ScienceDaily, em 13/03/2015

Os participantes do grupo de estudo ouviram um concerto para violino de Mozart, cuja duração foi de 20 minutosA percepção musical evidencia uma complexa função cognitiva do cérebro humano, uma vez que induz várias alterações neuronais e fisiológicas. Porém, as alterações em nível molecular causadas pelo ato de ouvir música ainda são, em grande parte, desconhecidas, bem como seus determinantes biológicos.

E a música clássica?

Um grupo de estudo da Universidade de Helsinki, na Finlândia, investigou como a música clássica afeta perfis de expressão gênica de participantes musicalmente experientes (possuidores de conhecimentos e qualificações musicais) e inexperientes. Todos os participantes ouviram um concerto para violino de Mozart, cuja duração foi de 20 minutos.

Eles descobriram que ouvir música clássica aumenta a atividade de genes envolvidos na secreção e transporte de dopamina, a função sináptica, a aprendizagem e a memória.

Além disso, segundo a Dr. Irma Järvelä, mentora do estudo, vários dos genes regulados eram conhecidos por serem os responsáveis pela aprendizagem das canções e do canto em pássaros, sugerindo um fundo evolutivo comum de percepção do som entre pássaros e humanos.

Especificamente um dos genes teve sua expressão aumentada, o da sinucleína alfa (SNCA), gene envolvido na doença de Parkinson, e que está localizado em uma região de forte associação com a aptidão musical. A SNCA também é conhecida por estar envolvida na aprendizagem do canto em aves.

O resultado

O efeito foi detectável nos participantes musicalmente experientes, o que sugere a importância da familiaridade e experiência mediante os efeitos induzidos pela música clássica.

Além disso, o ato de ouvir música clássica também é capaz de reduzir a expressão de genes associados a neurodegeneração, demonstrando o efeito neuroprotetor da música.

Segundo os estudiosos, os resultados dessa pesquisa proporcionam uma nova informação sobre a origem molecular da percepção musical e a evolução, e abrem portas para novas descobertas sobre mecanismos moleculares subjacentes na musicoterapia.

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