O uso moderado do Facebook pode contribuir para o aumento da expectativa de vida. De acordo com um estudo publicado em 31/10 no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o uso da rede social está associado a uma vida mais longa para pessoas que a utilizam para manter e melhorar conexões sociais da vida real.
“Felizmente, para quase todos os usuários do Facebook, nós encontramos uma correlação uso moderado [da ferramenta] e um menor risco de mortalidade”, disse James Fowler, um dos autores do estudo.
Para chegar a essa conclusão, sociólogos da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, cruzaram os dados de 12 milhões de usuários do Facebook na Califórnia, que nasceram entre 1945 e 1989, com seus registros médicos. A atividade dessas pessoas na rede social foi monitorada pelos pesquisadores ao longo de seis meses.
Os resultados mostraram que pessoas que utilizam o Facebook vivem mais do que aquelas que não utilizam a rede social. Usuários da rede social nascidos em um determinado ano têm um risco de mortalidade 12% menor do que aqueles que nasceram no mesmo ano e que não usam o Facebook.
Usuários com redes sociais médias ou grandes – ou seja, os primeiros 30% a 50% – viveram mais tempo do os 10% com menos conexões. Para William Hobbs, líder do estudo, os resultados só confirmam a teoria de que as pessoas com vínculos sociais fortes têm uma expectativa de vida mais longa, elaborada em 1979 pela socióloga Lisa Berkman.
Os pesquisadores também consideraram fatores como o número de amigos, publicações de fotos, atualizações de status, publicações na linha do tempo e mensagens enviadas. A quantidade de atividade social off-line foi analisada de acordo com a quantidade de fotos atividades e interações realizadas pessoalmente pelos usuários. Os autores concluíram que as pessoas com os mais altos níveis de atividade social off-line também têm maior longevidade.
Níveis moderados de atividade somente on-line, como escrever postagens e mensagens, foram associados a níveis mais baixos de mortalidade. “Interagir on-line parece ser saudável quando essa atividade é moderada e complementa interações off-line. O outro extremo, gastar muito tempo on-line com pouca interação pessoal, não está associado a benefícios”, afirmou Hobbes.
O estudo também indicou que aqueles que aceitaram mais pedidos de amizade viveram mais tempo. Os pesquisadores ressaltam que suas descobertas, embora importantes, não são suficientes para elaborar novas políticas ou recomendações governamentais. Ainda é preciso um estudo mais aprofundado.
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