À beira dos povoados ao redor do vulcão Chimborazo, com 6.267 m de altura, as imagens me produziram certa vertigem. Compreensível, disseram meus guias equatorianos. Mas eu não estava ao lado de um desfiladeiro, e sim observando os campos agrícolas nas encostas dos Andes. É a chamada vertigem das plantações, já que ali o cultivo é quase na vertical. São plantações de alcachofra, tomate, batata, milho e da quinoa, conhecida como arroz dos Andes.
A importância que se dava a esse ‘grão de ouro’ consumido pelos povos andinos há 8.000 anos, era a de um alimento sagrado. Os xamãs orientavam que suas sementes só fossem plantadas usando ferramentas de ouro maciço.
Interessante que a quinoa não é um cereal, ela pertence à família das quenopodeáceas, ou seja, parente próxima do espinafre.
Por muito tempo a quinoa foi a base da alimentação dos povos andinos, e por pouco não desapareceu da mesa deles por causa dos conquistadores espanhóis que proibiram sua utilização, pois queriam introduzir ali os hábitos alimentares do seu país.
Ela só retorna ao cenário mundial, quando a NASA a incluiu na dieta dos astronautas graças ao seu alto valor nutricional.
Suas propriedades são um exagero. Quer ver? Ela tem uma grande quantidade de proteínas e todos os aminoácidos essenciais, além de ser rica em ferro e zinco, o que a torna um produto ideal para os vegetarianos. E de bônus ainda fornece magnésio, potássio, manganês, vitaminas B1. B2, B3, D e E. Para os atletas e aventureiros a quinoa brinda também com ômega 3 e ômega 6.
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